sábado, 19 de junho de 2010
A importância do teste do pezinho
O teste do pezinho, nome popular para a triagem neonatal, é um exame que foi introduzido no Brasil na década de 70 para identificar duas anomalias congênitas - a fenilcetonúria e o hipotireoidismo - que, se não tratadas a tempo, podem resultar em deficiência mental. Atualmente, com uma versão muito mais completa, ele já permite identificar mais de 30 doenças, antes mesmo que seus sintomas se manifestem. O teste do pezinho é um procedimento simples e que não traz riscos para o bebê. Com ele são coletadas, por meio de uma única punção, gotinhas de sangue do calcanhar, parte do corpo rico em vasos sanguíneos (daí o nome do teste) e colocadas sobre um papel de filtro. O teste deve ser realizado a partir de 48 horas e, no máximo, até sete dias depois do nascimento, tempo necessário para que o metabolismo do bebê já tenha deixado possíveis traços de irregularidades no sangue. Mesmo com o bebê tendo aparência e comportamento normais após o nascimento, pode estar acometido de alguma doença que irá se manifestar mais tarde, ocasionando sérios danos à sua saúde. É por isso que se faz o teste do pezinho, que é muito completo, o qual possibilita aos médicos agirem preventivamente para reduzir ou até mesmo evitar futuras consequências. É extremamente importante obter logo o resultado dessa triagem porque, no caso de ser detectada alguma doença, é preciso agir rápido: quanto antes se iniciar o tratamento, melhor. Além disso, como o próprio termo "triagem" sugere, ela não é um diagnóstico em si. Serve apenas para apontar possíveis anomalias a serem confirmadas, depois, com exames complementares mais acurados. O Centro de Triagem Neonatal (CTN) de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, é, atualmente, a principal referência no Brasil para a bateria ampliada do teste do pezinho. A exemplo do que acontece com a Apae de São Paulo - no caso da versão mais simples do teste -, o CTN recebe as cartelinhas com as gotas de sangue colhidas em hospitais, clínicas e postos de saúde credenciados de diversos estados brasileiros. Em 13 anos de atividade, os pesquisadores da entidade incorporaram as inovações desenvolvidas no exterior e criaram tecnologia própria para identificar doenças bastante comuns no Brasil, como toxoplasmose congênita, sífilis, citomegalovírus, rubéola e doença de Chagas. Em São Paulo, um serviço similar é oferecido pelo Laboratório Fleury, que, por enquanto, atende apenas o Estado. Ainda na capital paulista, maternidades como a Santa Catarina, Santa Joana e a Pro Matre realizam esse teste em seus próprios laboratórios. O teste do pezinho é um exame sofisticado e caro, não disponível na rede pública de saúde. Além disso, são poucos, ainda, os convênios médicos que cobrem o seu custo. Esse teste é considerado obrigatório em todo o país, por força de lei federal desde 1992, mas ainda não beneficia a totalidade dos recém-nascidos, porque não existe um serviço centralizado do Ministério da Saúde para controlar a aplicação do exame. Por isso, quando você for escolher a maternidade para dar à luz, certifique-se de que esse teste é feito por ela. Caso contrário, será preciso providenciar o serviço por conta própria.
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